sábado, 19 de setembro de 2009

Sociedade Iraquiana


Durante a ditadura de Saddam Hussein, - brutal, despótica e conduzida com mão de ferro - o país ainda gozava de relativa liberdade, desde que não interferisse na cobiça pelo poder, que sempre norteou a política do ex-ditador. Em 35 anos, foram cometidos muito menos assassinatos, prisões e seqüestros do que durante três anos de ocupação americana. Os recursos petrolíferos, no entanto, eram explorados até a exaustão dos poços, comprometendo a recuperação secundária e terciária, mesmo com o emprego de sofisticada tecnologia. O petróleo deveria gerar lucros mesmo que levasse à exaustão prematura das jazidas.A repressão instalada no Iraque, depois da ocupação norte-americana e levada a cabo pelos líderes alçados ao poder - xiitas radicais, clérigos ou seculares - instalou um regime de terror, principalmente contra os sunitas, que são assassinados, presos, seqüestrados, torturados e não têm poder de decisão. Líderes religiosos agem com a máxima crueldade, tentando eliminar qualquer oposição. Como definiu um muçulmano sunita secular - o país está além de qualquer recuperação, o modelo de democracia ocidental simplesmente não funciona no Oriente Médio. O que mais surpreende é o apoio irrestrito dado pelo governo norte-americano a estes mesmos governantes locais, com ligações profundas com o Irã, que é a peça chave para entender os desdobramentos da guerra.

As mulheres do Iraque

Aqui nós temos uma reportagem do jornal New York Times, dizendo que as mulheres Iraquianas estão lutando por seus direitos poucos distribuidos. A candidata para o conselho fala dos problemas que as mulheres passam no Iraque, e diz que vai lutar para que os direitos sejam respeitados e que o maxismo e os abusos parem. Veja a reportagem a seguir:

Amal Kibash, candidata ao conselho provincial de Bagdá, está fazendo uma campanha ousada e até mesmo febril segundo a maioria dos padrões. Com a proximidade das eleições do próximo sábado, ela procura obter todos os votos possíveis. "Você votará em mim, certo?", dizia ela aos transeuntes, durante uma recente caminhada pelo bairro de Cidade Sadr, que até maio do ano passado era um reduto de combate das milícias xiitas. Cartazes enormes com a sua face emoldurada por um véu foram colados em vários prédios, alguns dos quais ainda trazem as marcas da luta recente. Em Basra, onde até um ano atrás faixas advertiam as mulheres que estas seriam mortas a tiros caso usassem muita maquiagem ou aventurassem-se a sair de casa sem usar véu, uma outra candidata, Ibtihal Abdul-Rahman, espalhou pôsteres de si própria no mês passado. Encorajadas pelos progressos na área de segurança presenciados em todo o país, milhares de mulheres estão disputando vagas parlamentares nas eleições provinciais. Dentre os cerca de 14 mil candidatos, quase 4.000 são mulheres. Algumas candidatas tiveram os seus cartazes salpicados de lama, vandalizados com o desenho de barbas ou rasgados, mas a maioria foi poupada da violência que desde o início do ano custou a vida de dois candidatos do sexo masculino e de um líder de coalizão. Mas, na quarta-feira (28/01), uma mulher que trabalhava para o Partido Islâmico Iraquiano foi assassinada por um pistoleiro que invadiu a casa dela em Bagdá e a atingiu com dez tiros no peito, segundo o relato de uma autoridade do Ministério do Interior. Para muitas candidatas, as eleições representam a chance de um arejamento bastante necessário dos conselhos parlamentares, que estão repletos de corrupção e que são dominados por homens e por grandes partidos políticos que são frequentemente ultraconservadores. Mas, mesmo se vencerem, elas continuarão enfrentando diversos obstáculos, especialmente o preconceito arraigado da maioria dos homens iraquianos, que veem as mulheres ou como objetos sexuais ou como produtoras de filhos para as quais não existe lugar na dura e áspera arena política. "Esta é a mentalidade", diz Safia Taleb al-Suhail, integrante do parlamento e filha de um proeminente líder tribal xiita assassinado por agentes de Saddam Hussein em 1994. "Temos que mudar isso. E como mudar? Lutando". Ela está liderando um grupo de parlamentares do sexo feminino que faz pressões para garantir que a mesma regra constitucional que determina que 25% de todas as cadeiras do parlamento nacional sejam destinadas às mulheres também seja aplicada aos parlamentos provinciais. Atualmente, isto não ocorre. Embora na década de 1950 o Iraque tenha sido o primeiro país árabe a nomear uma mulher para chefiar um ministério e a adotar uma lei familiar progressista, as aspirações femininas de liderança foram em sua maioria esmagadas sob o governo machista de Saddam Hussein. A situação complicou-se ainda mais depois de 2003, com a ascensão dos partidos religiosos. Suhail e outras mulheres foram um fator crucial para pressionar o administrador norte-americano do Iraque na época, L. Paul Bremer, para que este incluísse uma quota para as mulheres na primeira constituição de transição do país. A medida foi preservada na atual constituição porque muitos sentem que esta é a única forma de garantir a participação feminina em uma cultura dominada pelos homens. Quando foi publicada em outubro do ano passado, a lei que regulamenta as eleições provinciais omitiu a quota para as mulheres. Não se sabe se a a omissão foi deliberada ou se tratou-se apenas de um erro. A comissão eleitoral determinou que a lei, conforme estava escrita, é aceitável, afirmando que as mulheres contam com garantia de representação adequada devido à exigência de que, após a escolha de cada três homens em qualquer eleição, o próximo nome escolhido seja o de uma mulher. Mas Suhail diz que muitas listas de candidatos não trazem uma quantidade suficiente de mulheres para atender à exigência, enquanto outras consistem de menos de quatro candidatos, todos eles homens. Mahdiya Abed-Hassan al-Lami, uma defensora dos direitos das mulheres e candidata em Bagdá na chapa do ex-primeiro-ministro Ibrahim Jaafari, diz que, embora apoie o sistema de quotas, este foi manipulado pelos principais partidos políticos, tanto os seculares quanto os religiosos, a fim de marginalizar as mulheres. A maioria das mulheres escolhidas para as grandes chapas eleitorais só está participando devido às suas conexões familiares e tribais, e à lealdade a determinada facção ou partido, e não pelas suas qualificações. "Se as mulheres forem simplesmente seguidoras, elas não serão capazes de cumprir propriamente os seus papeis", diz Lami, que é professora e xiita praticante. A campanha dela tem como alvo a sua rede de eleitoras, especialmente em algumas das favelas mais pobres de Bagdá. Kibash, uma outra candidata que está disputando na lista de Jaafari, é atualmente uma integrante da câmara municipal de Cidade Sadr, mas ela e outras mulheres do conselho foram impedidas pelos homens de participar da financeiramente importante e crucial Comissão de Serviços. Ela diz que o conselho está atolado na corrupção. Apesar dos recentes progressos na área de segurança, algumas mulheres continuam sendo alvos de ameaças, enquanto outras afirmam que o processo todo é inútil, e o esforço não vale a pena. Liza Hido participou da câmara municipal, mas foi obrigada a renunciar ao cargo em 2006, após receber ameaças por e-mail e por mensagens de texto no seu telefone celular. Ela está concorrendo novamente neste ano, mas, ainda preocupada com a sua segurança, procura fazer uma campanha discreta, sem afixar cartazes ou aparecer em público. Hido restringe-se às reuniões privadas. A amiga dela, Bushra al-Obeidi, professora de direito da Universidade de Bagdá, recusou todas as tentativas de persuadi-la a tornar-se candidata. Ela sente que a conjuntura é desfavorável às mulheres, a começar pelas leis que ela vê como discriminatórias e derrogatórias em relação às mulheres. Uma dessas leis permite que um estuprador escape das punições legais caso se case com a vítima. Obeidi também deposita pouca fé no compromisso de promover a igualdade sexual assumido pela atual liderança política, que é dominada por partidos religiosos. "Posso te garantir que eles são contra as mulheres, e que estão mentindo para nós", diz ela. Suhail, a parlamentar, admite que as mulheres iraquianas não conseguiram, até o momento, alcançar os escalões superiores da estrutura de poder político, mas afirma que isto não é motivo para desistir.

Invasão do Iraque


A Invasão do Iraque em 2003 iniciou-se a 20 de Março através de uma aliança entre os Estados Unidos da América e o Reino Unido e muitas outras nações, numa aliança conhecida como a Coalizão. A ofensiva terrestre foi iniciada a partir de Kuwait, depois de uma série de ataques aéreos com mísseis e bombas a Bagdad e arredores ter aberto o caminho às tropas no terreno.
Os efetivos, assim como os meios materiais do exército iraquiano, haviam sofrido forte deterioração, desde a Guerra do Golfo (1991), contando então com 17 divisões do exército regular (contra as 40 que possuíam na guerra de 1991), além das seis divisões da Guarda Republicana. Apesar de alguma resistência por parte dos iraquianos, as forças terrestres da coligação norte-americana e britânica avançaram bastante até terem um abrandamento no dia 25 de Março por falta de provisões. A 26 de Março foi aberta a frente norte de ataque com a chegada de forças aerotransportadas à região norte controlada pelos Curdos.
Encontrando menor resistência do que a inicialmente previsto, as tropas norte-americanas, e 4 de Abril ocupam o aeroporto internacional de Bagdá, situado a poucos quilómetros da capital. No dia seguinte alguns tanques norte-americanos fizeram incursões no centro de Bagdade
Bagdá caiu a 9 de Abril e a 1 de Maio declarou o presidente norte americano, George W. Bush o fim das operações militares, dissolvendo o governo do partido Ba'ath , depondo o presidente Saddan Hussen. As forças da Coligação capturaram Saddam Hussein a 14 de Dezembro de 2004, dando início ao processo de transição de poderes à população iraquiana. A invasão procedeu segundo uma doutrina militar de intervenção rápida ao estiloBlitzkreig e ao custo de apenas 173 mortos da Coligação (dos quais 33 britânicos).

Guerra Iraque X Irã



Durante o século XX, o Irã conviveu com um governo totalitário controlado diretamente pela dinastia Reza Pahlevi. Durante a década de 1930, esse novo governo decidiu se afastar da influência política dos russos e britânicos para empreender uma aproximação com o regime totalitarista dos alemães. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), o posicionamento político iraniano acabou sofrendo a oposição das tropas aliadas, que decidiram invadir o país árabe. Com isso, ocorreu um processo de renovação política no Irã que veio a colocar esse país em proximidade com os países ocidentais. Contudo, a predominância religiosa xiita organizou um forte movimento de oposição que veio a lutar contra o processo de ocidentalização das práticas e instituições do país. No ano de 1977, esse movimento conseguiu promover o retorno do conservador aitaolá Ruholá Khomeini, que viria a transformar o país em um Estado teocrático.A consolidação do governo do aitaolá Khomeini veio a representar uma ameaça aos interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos e do Iraque, seu país vizinho. Tal oposição se iniciou quando, o próprio governo iraniano decidiu cortar suas relações diplomáticas e econômicas com os Estados Unidos. Com isso, o governo norte-americano perdia um de seus mais importantes aliados e fornecedores de petróleo em todo Oriente Médio.Mediante tal impasse, os EUA passaram a estreitar relações com o Iraque visando a deflagração de uma guerra que pudesse derrubar o regime islâmico iraniano. Na época, Saddam Hussein usou de uma injustificada disputa pelo controle do canal de Chatt-el-Arab, por onde ambos os países realizavam o escoamento de seus produtos. Mediante a negativa iraniana em ceder os territórios, Saddam decidiu invadir o espaço iraniano e destruir uma das maiores refinarias do mundo.Enquanto os iranianos realizavam ataques contra a ação intervencionista do regime de Saddam Hussein, os EUA e outras nações árabes de orientação sunita apoiaram militarmente as forças iraquianas. Nesse meio tempo, a minoria curda que vivia no Iraque aproveitou do período instável para guerrear contra o ditador Saddam Hussein na esperança de estabelecer um governo independente na região. Contudo, o reforço bélico estrangeiro serviu para promover o genocídio dessa famigerada minoria étnica.A deflagração desse conflito paralelo permitiu que os iranianos resistissem durante oito anos contra as intenções políticas e econômicas de seus principais inimigos. O prolongamento das lutas acabou desgastando os dois lados do conflito e com isso, seguindo a orientação da ONU, assinaram um cessar-fogo que preservou os mesmos limites territoriais anteriores à guerra. Dessa maneira, mais de 700 mil vidas foram ceifadas para que não houvesse nenhum tipo de alteração que acabasse com o impasse.Depois disso, vários países árabes decidiram se reaproximar do governo iraniano, respeitando seu regime e seus governantes. Por outro lado, Saddam Hussein acabou perdendo o apoio militar dos EUA que também desistiram de intervir indiretamente no cenário político do Oriente Médio. Alguns anos depois, o projeto intervencionista de Saddam viria a entrar em conflito com os interesses dos próprios norte-americanos, no momento em que se iniciou a chamada Guerra do Golfo.

Brasão de Armas




O brasão das armas do Iraque contém a Águia dourada de Saladino associada panarabismo do século XX, com um escudo da Bandeira Iraquiana, e segurando um pergaminho com suas garras contendo as palavras الجمهورية العراقية (em árabe: al-Jumhuriya al-Iraqiya ou Republica Iraquiana).


O Brasão de armas em 1965, não tinha a escrita Kufi entre as estrelas da bandeira e foi colocada verticalmente. Esta versão permaneceu em uso até ser substituida pela atual versão, em 2004. Continua controvésias sobre a bandeira do Iraque resultatante do governo interino, que adapta uma bandeira sem retirado as estrelas, mas mantendo a escrita kufi.

A Bandeira




A bandeira nacional do Iraque segue o modelo tricolor das Bandeiras da Revolta Árabe. Depois da invasão americana, tentou -se criar um desenho fora desse contexto, o qual foi, no entanto, rejeitado. Uma nova Bandeira foi adotada em Janeiro de 2008, tendo sido retiradas as três estrelas verdes associadas do partido Ba'ath, que significavam unidade, liberdade, e socialismo. Manteve-se no entanto o lema Allah-u-Akbar (Deus é gande).

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Iraque Atual

O território do atual Iraque foi o berço da civilização suméria (a civilização mais antiga do mundo) por volta 4000 a.C. No ano 2550 a.C., ocorreu a unificação da Suméria com Acádia feita pelo patesi Sargão. Séculos mais tarde o Império de Sargão desmorona: ocorrem revoltas internas e os povos nômades vindos dos Montes Zagro (os povos guti) conquistam o Império. No ano 1950 a.C., eles conquistam o Império definitivamente depois de diversos ataques elamitas e dos Amoritas. Tal motivo de tantos combates seria das férteis localizado no rio Nilo até os Planaltos Iranianos.

Iraque Amorita, Elamita, Mitanni, Egipcio e Hitita

Os Elamitas tomaram o extremo Norte do atual Estado do Iraque (do Império de Sargão), enquanto os Amoritas que formavam I Império Babilônico ocupavam o Centro-Sul. Os Mitanni (Cassitas e Hurritas) que dominavam o norte iraquiano acabaram sendo Egipicios e Hititas. Os Egipcios e os Hititas que estavam dominando o antigo Império Mitanni, acabaram sendo dominados pelos Amoritas, e os Amoritas acabaram sendo dominados pelos Cassitas, reconquistando o império, logo o II Império Mitanni acabou desmoronando nas mãos dos Elamitas.

Iraque Aquemênida, Assírio e Caldeu

A parte superior da estrela código de leis Hamurabi.
Os Amoritas
que formaram o I Império Babilônico acabaram sendo conquistados pelos Assirios por causa da morte do Rei Hamurabi. Ciáxeres, rei da Média, com aliança com o rei dos caldeus, invadiu Assur em 650 a.C. e, em 612 a.C., tomou Nínive , pondo fim ao Estado assírio. Por causa da Independendia do Egito, ocorreram diversas manífestações na Fenícia e no Elam. Os Persas se aproveitando disso,conquistaram os Elamitas no ano de 539 a.C. durante a Dianstia Aquemênida Persa. O II Império Baibilônico formado pelos Caldeus acabou sendo dominado também pelos Persas. Após a tentativa frustrada de Dario (Rei Persa) de conquistar a Grécia, o império aquemênida começou a declinar. Décadas de golpes, revoltas e assassinatos enfraqueceram o poder dos aquemênidas. Em 333 a.C os persas já não tinham mais força para suportar a avalanche de ataques de Alexandre, o Grande, e em 330 a.C., o último rei Aquemênida, Dario III, foi assassinado por seu sátrapa Bessus, e o primeiro Império Persa caiu em mãos dos gregos e macedônios.